31/05/2023 às 16h12min - Atualizada em 01/06/2023 às 00h00min

Como empresas familiares de Goiás se tornam grandes corporações, com processos de sucessão bem sucedidos

Cerca de 75% dos empregos no Brasil vêm das empresas familiares. Essa posição de destaque seria ainda maior, se não fossem as dificuldades em gerenciar um negócio sem expertise

SALA DA NOTÍCIA Kasane Comunicação Corporativa
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Como empresas familiares de Goiás se tornam grandes corporações, com processos de sucessão bem sucedidos
Cerca de 75% dos empregos no Brasil vêm das empresas familiares. Essa posição de destaque seria ainda maior, se não fossem as dificuldades em gerenciar um negócio sem expertise

No Brasil, 90% das empresas têm perfil familiar, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de responder por mais da metade do PIB, as empresas familiares também empregam 75% da mão de obra no país. Em Goiás, o cenário não é diferente. São milhares empresas que começam pequenas, unindo iniciativas daqueles que se encontram na mesa de almoço aos domingos.
Fato que traz inúmeros benefícios, mas que pode ser fatal para a saúde financeira e administrativa da empresa, no futuro, no momento da sucessão da direção da empresa. Uma pesquisa do Banco Mundial apontou que, apesar da importância desse tipo de negócio para o Brasil, apenas 30% das empresas familiares chegam à terceira geração e apenas metade disso, ou seja, 15%, sobrevivem a ela.
O administrador e sócio da Ática Gestão Arthur Bueno explica que confundir o capital pessoal com o da empresa é um dos erros mais frequentes. Ele recomenda que o ideal é que os familiares recebam um ‘pró-labore’, o valor que será recebido pelos sócios como remuneração. “Nos negócios familiares é comum retirar dinheiro do caixa, de acordo com a necessidade e nesses casos é preciso que a administração da empresa seja como um emprego, com o salário definido. A boa prática de governança seria separar completamente o financeiro da empresa, do financeiro dos familiares, atentando-se sempre ao resultado do negócio. Não adianta retirar do caixa da empresa uma quantidade maior do que a empresa consiga pagar, isso acaba prejudicando o negócio e no longo prazo a conta volta para a família”, explica.
A Dips, Distribuidora de Produtos Eletrônicos é um exemplo que está dando certo. A empresa goiana passa atualmente por um processo de sucessão bastante criterioso, da primeira para a segunda geração, fundamentado em boas práticas de governança, como formação profissional dos integrantes da equipe e transparência em seus procedimentos administrativos, o que tem rendidos bons frutos no crescimento da empresa. Igor Garcia, filho da fundadora e futuro gestor do negócio acredita que em muitos casos, os familiares evitam falar da sucessão, porque muitas vezes envolve o afastamento de sócios, ou até casos de falecimento. Mas o diálogo aberto sobre o assunto é vital para a saúde da empresa.

Nacionalmente, o Grupo Farmacêutico Cimed foi um exemplo de um processo de sucessão bem administrado. Fundado no ano de 1977, o Grupo é hoje administrado pelo integrante da terceira geração da família, João Adibe, empresário eleito uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina pela Bloomberg Línea. Com a sucessão, a Cimed já apresentou um crescimento expressivo, tendo alcançado mais de R$ 2 bilhões em faturamento em 2020, 25% maior que em 2019. A empresa, surgiu pequena na década de 1950 a partir da iniciativa do avô de João Adibe, João Marques, um pioneiro do ramo farmacêutico no país, com o laboratório Prata.

Especialista na reestruturação de empresas, Arthur Bueno já participou de sucessões familiares, que destaca outro ponto importante para um processo de sucesso, é preciso deixar desavenças domésticas de lado e assumir um perfil de cooperação entre os parentes. “Em alguns casos, a intermediação de um especialista é necessária para traçar boas estratégias na sucessão empresarial. Uma vez que diversos assuntos sensíveis deverão ser tratados, é o óbvio que precisa ser dito. Fugir do conflito, ou das reuniões difíceis, pode prejudicar o processo de sucessão no longo prazo.”







 
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