28/04/2023 às 07h55min - Atualizada em 30/04/2023 às 00h00min

Como não cair em golpes de pirâmide financeira ao buscar novos investimentos

O especialista em investimentos, Raul Sena, dá três dicas para não ser vítima de golpistas e estelionatários

SALA DA NOTÍCIA Redação
Raul Sena - Investidor Sardinha
Com os brasileiros buscando novas fontes de renda, a internet se tornou um grande palco de ofertas de rendimentos e novos investimentos que prometem grandes lucros em um curto período. De acordo com o Ministério Público Federal, os números de golpes financeiros cresceram 40% no último ano e, frequentemente, acompanhamos a divulgação de novos casos de vítimas que perderam toda sua economia.

“Muita gente fica empolgada com a ideia de ganhar muito dinheiro na Bolsa de Valores ou em outros tipos de investimentos com retorno rápido, e acaba sendo enganada, caindo em golpes ou pirâmides financeiras. A realidade é que impossível você investir em algo que dê um retorno certo de 5% ao mês”, comenta Raul Sena, especialista em investimentos, educador financeiro e criador do canal Investidor Sardinha.

Em março, um estudo realizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) mostrou que, em um período de três meses, 49% das pessoas caíram em um golpe que ofertava fundos de ações com garantia de lucros altos.

“Se aparecer uma oferta de investimento dizendo que você chegará ao primeiro milhão em um ano com uma aplicação que rende 5% ao mês, desconfie.  Por exemplo, se você investisse R$ 2 mil com essa rentabilidade mensal considerando a Taxa Selic atual, que está num patamar bem alto (13,75% a.a.), o valor total não chegaria a R$ 8 mil no fim do mesmo período. Ou seja, você só chegaria a 1 milhão de reais depois de 48 anos”, explica Sena.

O educador financeiro separou três dicas para não ser vítima de golpes financeiros e nem cair em esquema de pirâmides.
  1. Pesquise a empresa – Veja se a empresa fornece os dados no site ou nas redes sociais e pesquise a inscrição e a natureza do CNPJ. Confira também se a empresa tem os certificados emitidos pelos órgãos reguladores (como B3, CVM e Anbima) e, claro, veja como anda sua reputação no Reclame Aqui. Se pedirem algum pagamento para uma conta de pessoa física, caia fora imediatamente!
  2. Se baseie na Taxa Selic – A nossa taxa básica de juros é um ótimo referencial para os investimentos menos arriscados, como é o caso da renda fixa. Assim, se alguém está prometendo um ganho certo e seguro, a rentabilidade raramente vai ficar muito além da Selic (hoje em 13,75% ao ano). Qualquer coisa acima de 20% – ao ANO – já deve acender o sinal de alerta. É imprescindível que você entenda o que é uma rentabilidade plausível.
  3. Faça contas dos juros compostos – Use a Calculadora de Juros Compostos do Investidor Sardinha para entender um conceito bem simples. Qualquer rentabilidade muito acima da média de mercado vai ser inconsistente no longo prazo. Para se ter uma ideia, R$ 100 mil investidos a 5% ao mês virariam mais de R$ 4 trilhões em 30 anos. Isso é metade de toda a riqueza produzida no Brasil!

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