27/06/2022 às 16h15min - Atualizada em 27/06/2022 às 16h15min

Conselho da Petrobras elege Caio Mário Paes de Andrade como novo presidente

Segundo comunicado, indicado pelo governo terá mandato no comando da petroleira até 13 abril de 2023

Reprodução

O Conselho de Administração da Petrobras elegeu nesta segunda-feira (27) Caio Mário Paes de Andrade como o novo presidente da empresa, conforme antecipado pelo Blog do Valdo Cruz.

"A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, informa que seu Conselho de Administração, em reunião realizada hoje, por maioria, nomeou o Sr. Caio Mário Paes de Andrade como Conselheiro de Administração da Petrobras até a próxima Assembleia Geral de Acionistas e o elegeu para o cargo de Presidente da companhia, este último com prazo de mandato até 13/04/2023", informou a Petrobras, em comunicado.
 

Segundo a assessoria de imprensa da estatal, Paes de Andrade assumirá a presidência assim que assinar o termo de posse, cuja data ainda não foi informada.
 

Acionistas minoritários ainda tentam barrar a posse de Andrade. A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) entrou com uma representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a nomeação de Caio Paes de Andrade para a presidência da estatal.

Segundo o Blog do Valdo Cruz, a indicação de Andrade foi aprovada pelo Conselho de Administração por sete votos a três.
 

Atual secretário de desburocratização do governo federal, Andrade irá substituir José Mauro Coelho no comando da companhia. Mauro Coelho pediu demissão no dia 20 depois de ser pressionado pelo governo Jair Bolsonaro por causa do alta dos preços dos combustíveis.

Após a renúncia de Coelho, a Petrobras nomeou o diretor executivo de Exploração e Produção da companhia, Fernando Borges, como presidente interino, destacando que ele ficaria no comando da companhia até a posse do novo presidente na estatal.

Perto das 14h, as ações da Petrobras tinham alta de mais de 6% na B3.
 

De olho na reeleição, Bolsonaro elevou o tom das críticas contra a administração da Petrobras em razão dos reajustes nos preços dos combustíveis e chegou a chamar de "estupro" o lucro da estatal.

Petrobras explicou que em razão da renúncia de José Mauro Coelho, o cargo que ficou vago no conselho de administração pode ser preenchido por substituto eleito pelo colegiado e que o Estatuto Social da empresa estabelece que o presidente da companhia é eleito pelo Conselho de Administração dentre seus membros, não sendo necessária convocação de assembleia de acionistas para Paes de Andrade assumir a presidência.

 

Como fica a política de preços?

 

Na sexta-feira, o Comitê de Elegibilidade analisou a indicação do governo com base nas regras de governança da companhia e na legislação aplicável e concluiu que Andrade preenche requisitos e não tem vedações para assumir os cargos de conselheiro e presidente da empresa.

O indicado disse ao Comitê de Elegibilidade (Celeg) da companhia que não recebeu orientações do governo em relação à mudança da política de preços da estatal. Andrade, porém, recusou um convite do Conselho de Pessoas da estatal para dar explicações sobre mudanças na política de preços dos combustíveis.

De acordo com Andréia Sadi, colunista do g1, a aposta do governo é que, uma vez na cadeira, Andrade troque a diretoria da estatal e garanta um intervalo entre os reajustes dos combustíveis, evitando novas altas até o primeiro turno da eleição.

 

Estatal sob pressão do governo

 

saída de José Mauro já tinha sido decidida pelo governo, no fim de maio. Mas a expectativa era que a troca fosse oficializada após a convocação de uma assembleia geral extraordinária.

A pressão aumentou depois que a Petrobras anunciou um novo reajuste dos combustíveis. No dia 17, o preço médio de venda da gasolina nas distribuidoras teve alta de 5% e o do diesel, mais de 14%. A Petrobras não reajustava o preço da gasolina havia 99 dias, desde o dia 11 de março. O último reajuste do diesel tinha sido em 10 de maio, 39 dias de intervalo.
 

De olho na reeleição, Bolsonaro elevou o tom das críticas contra a administração da Petrobras em razão dos reajustes nos preços dos combustíveis e chegou a chamar de "estupro" o lucro da estatal.

Petrobras explicou que em razão da renúncia de José Mauro Coelho, o cargo que ficou vago no conselho de administração pode ser preenchido por substituto eleito pelo colegiado e que o Estatuto Social da empresa estabelece que o presidente da companhia é eleito pelo Conselho de Administração dentre seus membros, não sendo necessária convocação de assembleia de acionistas para Paes de Andrade assumir a presidência.

 

Como fica a política de preços?

 

Na sexta-feira, o Comitê de Elegibilidade analisou a indicação do governo com base nas regras de governança da companhia e na legislação aplicável e concluiu que Andrade preenche requisitos e não tem vedações para assumir os cargos de conselheiro e presidente da empresa.

O indicado disse ao Comitê de Elegibilidade (Celeg) da companhia que não recebeu orientações do governo em relação à mudança da política de preços da estatal. Andrade, porém, recusou um convite do Conselho de Pessoas da estatal para dar explicações sobre mudanças na política de preços dos combustíveis.

De acordo com Andréia Sadi, colunista do g1, a aposta do governo é que, uma vez na cadeira, Andrade troque a diretoria da estatal e garanta um intervalo entre os reajustes dos combustíveis, evitando novas altas até o primeiro turno da eleição.
 

Em 17 de junho, a Petrobras anunciou uma alta de 5,18% na gasolina e de 14,26% no diesel nas refinarias. Levantamento da Abicom mostra que, mesmo com o reajuste da Petrobras, o preço da gasolina nas refinarias no mercado doméstico ainda estava nesta segunda-feira (27) com uma defasagem de 10% em relação à paridade de importação, e o diesel, de 9%.

 

Currículo

 

Além do cargo no Ministério da Economia, Paes de Andrade tem formação em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard e é mestre em administração de empresas pela Universidade Duke, nos Estados Unidos.

De acordo com currículo publicado pelo Ministério da Economia, Andrade já foi diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa pública de tecnologia de informação responsável, por exemplo, pela triagem dos cadastros do auxílio emergencial.

Andrade liderou mais de 20 processos de M&A (fusões e aquisições) e é fundador e conselheiro do Instituto Fazer Acontecer, organização com foco na transformação social de crianças e adolescentes do semiárido baiano com base no esporte. Ele passou da iniciativa privada para a área pública em 2019.

 
 
 
 
 
 

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://ynovenoticias.com.br/.